G1 – Pacientes renais crônicos e transplantados fecharam a rodovia BR-364 na manhã desta terça-feira (18) e alegam que correm risco de morte por falta de medicamentos e material para exames no Hospital das Clínicas, em Rio Branco. Os manifestantes afirmam que o hospital não oferece condições nem mesmo para que eles façam um hemograma e retornem a uma consulta com especialistas.
A direção do Hospital das Clínicas foi procurada pela reportagem e informou que não iria se pronunciar sobre o caso. O grupo foi recebido ainda nesta terça no Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) pela procuradora-regional dos Direitos dos Cidadãos, Luciana Bogo, onde debateram o caso e pediram que sejam tomadas medidas para garantir o atendimento.
“Somos tratados como lixo, os pacientes transplantados de rins precisam de hemodiálise e estão desesperados, na fila da morte. Estamos esperando que resolvam a nossa situação, pois há muitos anos que batemos na mesma tecla que é a falta de vagas na hemodiálise hospital, falta de exames que precisamos para viver, estamos lutando para sobreviver nesse estado”, afirma Vanderli Ferreira da Silva, representante do movimento.
Outro ponto destacado por Silva é a falta de encaminhamento de pacientes para se tratar em outros estados e mesmo quando conseguem o transporte por via judicial acabam sendo abandonados nas outras cidades.
“O paciente renal crônico precisa de muitos exames, medicamentos, viajar para outros estados e não estão conseguindo. Temos exemplos de pacientes que precisam de um exame de doppler para fazer uma cirurgia, ou até tirar uma ficha e ele não está conseguindo. Muitas das vezes não conseguimos um hemograma para se consultar com um nefrologista”, conta.
Por esses motivos, o grupo decidiu fechar a rodovia e chamar a atenção das autoridades para o problema.
“O que está em jogo são centenas de vidas. Conversamos com a superintendente do hospital, ela fez pouco caso da situação, disse que está tudo contingenciado na unidade. Ou seja, vamos esperar morrer e não fazer nada? Então, decidimos fazer isso, pois a vida da gente ainda tem valor”, completa.