Um grupo de motoristas protestou, na manhã desta segunda-feira (24), por causa do aumento no preço da gasolina em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. O grupo de mototaxistas e motoristas de aplicativos se reuniu em frente ao Ministério Público Estadual (MP-AC) e depois os participantes saíram em carreata e fizeram um buzinaço.
Além disso, eles passaram por pelo menos três postos de gasolina e abasteceram os veículos com valores de R$ 2 e pediram nota fiscal. Motoristas de aplicativos, mototaxistas, reclamaram do preço do combustível na cidade.
A Rede Amazônica não conseguiu ouvir nenhum gerente de posto de combustível da cidade. Além disso, o G1 entrou em contato com o promotor da comarca, mas não conseguiu contato até a última atualização desta reportagem.
A assessoria de comunicação do Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) disse que o sindicato não pode interferir no preço dos combustíveis praticados pelos postos porque é preciso obedecer o livre mercado. Além disso, reforçou que cada posto tem seu custo de operacionalização já que adquire o produto de distribuidoras diferentes. Além disso, são levados em consideração fatores como frete, aluguel de ponto, entre outros, o que acaba fazendo com que os preços sejam diferentes.
O mototaxista José Pereira esteve no protesto. Em entrevista à Rede Amazônica Acre ele disse que atua na área há 10 anos e que a situação está complicada.
“A corrida que nós fazíamos de R$ 6 a R$ 7 com o valor da gasolina que aumentou para R$ 5,70, não tem como a gente manter mais essa corrida nesse valor. Estamos aumentando para ver se a gente consegue sobreviver e manter nossas conduções”, lamentou.
O litro da gasolina em Cruzeiro do Sul até esta segunda custa R$ 5,70 o que acaba refletindo nos preços das corridas que ficam mais caras, afirmam os profissionais.
Comparação
Entre as reclamações está uma comparação do preço praticado da gasolina no município de Guajará (AM), no Amazonas, por exemplo, que chega a R$ 4,80. Sendo que o combustível vai da cidade de Cruzeiro do Sul para o município do estado vizinho.
“Fica na cabeça da população aqui que vive nas ruas com suas motos e carros e a situação da gasolina de Cruzeiro do Sul ser mais cara que a do município do Amazonas, que é nosso vizinho, sendo que a gasolina sai daqui para ser vendida lá”, questiona o motorista de aplicativo Barton Eden.
Os manifestantes pediram providências ao MP e entregaram uma representação para pedir ao órgão que avalie a situação e faça uma investigação sobre a prática dos preços que eles consideram abusivos e alegam que só neste ano foram pelo menos quatro aumentos no preço do combustível.
Eden afirmou ainda que o ajuste feito no preço é absurdo e eles querem uma redução. “A gente quer um ajuste que beneficie a população mas, principalmente para a gente que trabalha e está todos os dias nas ruas como motoristas de aplicativos”, disse.
Investigação
Em abril deste ano, o MP chegou a instaurar um inquérito civil para apurar denúncias de que postos em Cruzeiro do Sul não estariam repassando os descontos aos consumidores.
À época, o promotor Iverson Bueno, em entrevista à Rede Amazônica, disse que foi expedida uma recomendação para todos os postos, tanto para que os postos reduzissem os preços, quanto para que justificassem as razões pelas quais ainda não havia sido efetivada a redução.
Por Alcinete Gadelha e Gledisson Albano, G1 e Bom Dia Amazônia Acre