Os assassinatos ao longo do primeiro semestre de 2020 tiveram uma redução de 30% no Acre, comparando com o mesmo período do ano passado. É o que aponta o levantamento do Índice Nacional de Homicídios criado pelo G1 com base nos dados oficiais dos estados do Brasil.
Entre janeiro e junho de 2019, o estado teve 205 mortes violentas. Já nos seis primeiros meses deste ano foram 143 assassinatos. Ou seja, são 62 mortes a menos. A reportagem entrou em contato com o secretário de Segurança Pública do Acre, Paulo César, para comentar a redução e foi informado que a pasta vai se posicionar ainda nesta segunda (24).
O estudo foi divulgado na sexta-feira (21) e faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram usados dados do primeiro semestre deste ano e do mesmo período de 2019.
Em junho deste ano, de acordo com os dados do Monitor da violência, foram registradas 13 mortes violentas no estado. Com esse dado, o Acre é o estado da região norte que teve o menor número de mortes violentas registradas.
Os estados de Roraima e Pará, por exemplo, também tiveram queda de mais de 20%. Os dois estados registraram respectivamente 89 e ou outro 1.183 mortes em seis meses.
Dados nacionais
O Brasil teve uma alta de 6% nos assassinatos no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados. Em seis meses, foram registradas 22.680 mortes violentas, contra 21.357 no mesmo período do ano passado. Ou seja, 1.323 mortes a mais.
O aumento de mortes acontece mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, que fez com que estados adotassem diversas medidas de isolamento social. Ou seja, houve alta na violência mesmo com menos pessoas nas ruas.
Como o levantamento é feito
A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
Jornalistas do G1 solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O governo federal anunciou a criação de um sistema similar ainda na gestão do ex-ministro Sergio Moro, em março do ano passado. Os dados, no entanto, não estão atualizados como os da ferramenta do G1.
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial. Isso porque há uma dificuldade maior em obter esses dados em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais. O balanço de 2019 foi realizado dentro do Monitor da Violência, separadamente, e foi publicado em 16 de abril. O de 2020 ainda será feito.
Por G1 AC