Oito horas de estudo por dia, concentração, sem videogame e participando de um curso preparatório on-line. Essa foi a aposta do adolescente Lucas Antunes da Silva, de 17 anos, para estudar para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2020. O resultado? Ele tirou mais de 880 pontos na nota do Sisu e ficou em primeiro lugar no curso de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac).
“Jogava bastante futebol, mas começou a quarentena e não tinha como jogar e tive mais tempo para estudar. Também larguei o videogame para me concentrar. Comecei a estudar em janeiro, em março iniciei o cursinho on-line por conta da pandemia.
As notas finais do Sisu foram divulgadas na sexta-feira (16). Essa foi a primeira vez que ele concorreu a uma vaga no curso pelo Enem. Em anos anteriores, ele fez a prova como treineiro.
Lucas Antunes da Silva ficou em primeiro lugar no curso de medicina na Ufac — Foto: Reprodução
O adolescente conciliou as aulas do último ano do ensino médio com as do cursinho on-line. Das 7h ao meio-dia ele participava das atividades do colégio e depois das 13h até às 20h estudava para o Enem.
Aos sábados, Lucas Silva conta que se concentrava apenas na redação. O domingo era o dia de folga. Quando a família ia passar o fim de semana na fazenda, o jovem também ia, mas ficava dentro do quarto cumprindo o horário de estudo.
“Já tinha feito como treineiro, esse foi o primeiro valendo. Comecei a pensar em fazer medicina no ensino médio, antes pensava em fazer engenharia porque tinha mais facilidade com cálculo. Ainda não sei em que área atuar.”
Lucas mora em Rio Branco com os pais e a irmã de 14 anos. Segundo o jovem, os pais sempre desejaram que ele fizesse medicina e, por isso, estavam mais ansiosos pelo resultado. “O pessoal ficou animado aqui. Nas parciais já estava em primeiro lugar. Meus pais viram primeiro que eu, estavam mais animados”, relembrou.
Lucas da Silva treinou fazer a prova de máscara para se adaptar para o dia do Enem — Foto: Arquivo pessoal
Estudo de máscara
Já na reta final para as provas do Enem, o adolescente passou a responder provas antigas do exame e adotou a máscara no rosto para ir se adaptando para o dia da prova. Para ele, o treino também ajudou a escolher a máscara ideal para o dia em que ia fazer a prova do exame.
“No início foi incômodo usar. Usei bastante tempo antes, mas incomodou bastante no dia. Isso ajudou também a escolher a máscara que eu usaria no dia. Comecei a usar uma máscara de tecido, mas dava dor de cabeça e no dia usei uma descartável que me ajudou a respirar melhor”, revelou.
Apoio
A mãe de Lucas Silva, Viviane Antunes, disse que a família se concentrou em ajudar o adolescente nos estudos. Para isso, ninguém mexia com o jovem enquanto ele estava trancado no quarto estudando. A família também reforçou os cuidados para que nenhum deles pegasse Covid-19.
“Ele estudou muito ano passado e a gente ficava na angústia dele não passar e ficar desmotivado. Ele se dedicou bastante, falava que queria passar logo no primeiro. A gente confiava, mas só acreditamos quando a gente ver o resultado”, explicou.
Quando saiu o resultado, Viviane foi a primeira a correr para o computador e checar a nota do filho. “Tinha medo dele não se adaptar com a aula on-line, estudar sozinho, mas deu muito certo. Ele tinha dito que foi bem, mas ficamos esperando o resultado para ter certeza. Quando vi o resultado, meu coração disparou. Sabíamos que ele ia passar, mas em primeiro lugar foi melhor do que a gente esperava”, concluiu.
Fonte: G1 AC