A Polícia Federal no Acre deflagrou, nesta quarta-feira (20), a Operação Citrus e cumpriu oito mandados de busca e apreensão, em Rio Branco. A PF investiga a prática de crimes eleitorais com o uso de candidaturas-laranja. Pelo menos 16 pessoas foram ouvidas pela polícia.
As investigações apontam que o partido Democratas (DEM) usava candidatas-laranja para desviar recursos do fundo eleitoral na campanha de 2018. Segundo o delegado PF-AC, Jacob Guilherme Silveira de Melo, há um total de 37 pessoas investigadas na operação.
“Primeiro começou com uma candidata laranja e depois a gente viu vários laranjas no meio do caminho fazendo contratos falsos para justificar a prestação de contas, que não teve, na verdade, a realização de serviço nenhum”, disse o delegado em entrevista à Rádio CBN Amazônia Rio Branco.
Uma candidata laranja, segundo a PF, teria recebido uma quantia de R$ 240 mil do fundo eleitoral, mas teve um número inexpressivo de apenas seis votos nas eleições. Em alguns municípios, houve contratação de cabos eleitorais e coordenadores de campanha, mas essa candidata não teve sequer 1 voto.
“Por exemplo, alugou veículo, mas o veículo não foi pra essa candidata porque essa candidata não teve nenhum gasto de combustível. Contratou serviços gráficos, mas a gráfica nunca produziu material para aquela candidata”, acrescentou o delegado.
Conforme a PF, representantes locais desse partido teriam ocultado, disfarçado e omitido movimentações de recursos financeiros provenientes do fundo partidário. Além disso, as investigações apontam que os valores de 30% do fundo eleitoral, destinados para candidatas mulheres, foram aplicados de forma fictícia ou desviados para outros candidatos.
Os investigados podem responder por associação criminosa, desvio de recursos eleitorais e fraude na prestação de contas (caixa dois eleitoral), além de lavagem de dinheiro.
Durante entrevista à CBN Amazônia nesta quinta-feira (21), o presidente do DEM, Jairo Cassiano, disse que está a frente do partido há três meses e quem tem dado suporte e contribuído com a investigação.
“A Polícia Federal está fazendo seu papel de investigar e, no final, vão dar um parecer. Eu não comungo com nenhum tipo de ilegalidade e vamos continuar com o calendário de eventos no estado do Acre e essa situação, foi uma situação de 2018, aonde estão colocando a possibilidade de uma mulher que recebeu o fundo partidário e obteve poucos votos, mas estamos sempre à disposição da Justiça, da Polícia Federal e dos órgãos fiscalizadores”, disse.
Por G1 Acre