A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) montou uma proposta para apresentar ao Comitê Acre sem Covid para evitar o fechamento dos estabelecimentos caso haja o retrocesso para a bandeira laranja, de alerta, devido ao aumento dos casos de Covid-19 no estado.
A proposta foi montada na tarde desta quarta-feira (18) em reunião com os donos dos estabelecimentos: A ideia é funcionar da seguinte forma:
- Reduzir de 50% para 40% a capacidade de ocupação dentro dos estabelecimentos;
- Restaurantes passam a funcionar com horário reduzido, até às 23 horas;
- Bares funcionam até meia-noite e sem música ao vivo.
“Havendo o retrocesso para a fase laranja, nós fechamos nossa atividade e só trabalhamos com delivery. Nossa proposta é trabalhar com 40% da ocupação e também com horário reduzido à noite nos restaurantes, e os bares trabalharem até meia-noite com 40% e sem música ao vivo”, destacou o presidente da Abrasel-AC, Paulo Brum.
Na faixa laranja, segundo determina o Pacto Acre sem Covid, bares e restaurantes só podem funcionar com delivery. Atualmente, na faixa amarela, os estabelecimentos do Baixo e Alto Acre podem abrir atendendo 50% da capacidade. A regional do Juruá/Envira regrediu para a fase laranja na última avaliação do dia 13 de novembro.
Representantes da associação se reuniram com o Comitê Acre sem Covid, na terça (17) para buscar uma solução. Com a proposta em mãos, a categoria se reúne novamente com o comitê na quinta (19).
Em nota, o Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 (Caecovid) afirmou que não existe a intenção de fechar o comércio, mas apenas de reduzir a capacidade dentro dos estabelecimentos. (Veja nota na íntegra abaixo).
“E para isso, solicitou dos representantes que reúnam com sua classe para apresentarem ao Comitê sugestão de funcionamento da atividade representada no Nível de Alerta. Somente após análise de viabilidade dos apontamentos feitos pelos comerciantes, é que será publicada a nova resolução com a deliberação das ações de flexibilização das atividades comerciais”, destacou.
Os bares e restaurantes voltaram a abrir as portas no último dia 5 de agosto, quando o estado passou para a faixa amarela, após mais de cinco meses fechados.
“O setor de bares e restaurantes foi liberado em agosto, hoje estamos com três meses e meio de atividade. Essa contaminação aumentou 15 dias após o início da campanha política, isso quer dizer que ficou praticamente dois meses mantendo uma estabilidade. Então, bar e restaurante não é o causador desse disparo na contaminação. Por isso, acho que não podemos pagar essa conta, sendo que sabemos quem é o culpado desse aumento”, destacou Brum.
Mais de 80% de aumento de casos
O aumento no número de casos de contaminação pelo novo coronavírus preocupa e já se pode considerar que o estado caminha para uma segunda onda da pandemia, segundo alertou o infectologista Alan Areal.
Entre os primeiros 16 dias de outubro e o mesmo período de novembro, os novos casos de Covid-19 no Acre aumentaram em 81,6%. Os dados são de exames positivos divulgados pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
Até 16 de outubro, foram contabilizados 1.376 casos positivos. Em novembro, até a segunda (16), os números subiram para 2.499 novos casos. Em números gerais, o Acre tem 33.475 infectados pela doença.
Mais de 700 pessoas morreram vítimas da Covid-19. Ao todo, 29.721 pessoas já receberam alta médica da doença.
Com o aumento de infectados, a procura por atendimento no hospital de referência do novo coronavírus, o Instituto de Tramautologia e Ortopedia do Acre (Into), triplicou e o número de internações, que também tinha reduzido, voltou a crescer.
Colaborou a repórter Alamara Barros, da Rede Amazônica Acre.
Nota do comitê na íntegra:
Na manhã de 17 de novembro de 2020, o Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 convidou para uma reunião representantes de diversos segmentos das atividades comerciais. Importa informar que, na coletiva ocorrida no dia 13 deste mês, houve o chamamento para a reunião acima citada.
Na oportunidade, foi esclarecido sobre a evolução da pandemia no Estado, com aumento sustentado dos indicadores monitorados, e da possibilidade de retrocesso na classificação de Nível de Risco, estabelecida através do Pacto Acre Sem Covid.
O comitê esclareceu que não existe a intenção de recomendar o fechamento do comércio, mas sugeriu reduzir a capacidade de funcionamento dos mesmos, caso haja retrocesso para o Nível de Alerta (bandeira laranja), dos diversos setores comerciais previstos na resolução 02 do Caecovid.
E para isso, solicitou dos representantes que reúnam com sua classe para apresentarem ao Comitê sugestão de funcionamento da atividade representada no Nível de Alerta.
Somente após análise de viabilidade dos apontamentos feitos pelos comerciantes, é que será publicada a nova resolução com a deliberação das ações de flexibilização das atividades comerciais.
Lembrando que tais sugestões não podem trazer em seu escopo maior flexibilidade do que o já previsto na resolução 02 do Caecovid para a bandeira amarela.
Além disso, o órgão colegiado também reforçou a importância do apoio dos representantes no fortalecimento de algumas medidas, a saber: disseminação de campanhas educativas com as medidas de prevenção à COVID-19, cumprimento dos protocolos sanitários, além de obedecer a capacidade máxima permitida em cada estabelecimento de acordo com a bandeira de classificação.
Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 (Caecovid)
Fonte: G1 AC