O deputado estadual Dr. Jenilson Leite (PSB) participou de uma reunião com a direção do Sindicato dos Urbanitários, nesta quarta-feira (30), a convite do presidente Marcelo Jucá , para juntos com a direção sindical liderar a luta contra a privatização do saneamento básico no Estado do Acre.
O Sindicato dos Urbanitários representa todos os servidores da Eletrobras Distribuição Acre, das Empresas Terceirizadas, Companhia de Saneamento do Acre e Centrais Elétricas do Norte – Acre.
A privatização do saneamento significa entregar o controle dos rios, igarapés e poços artesianos à iniciativa privada, além da rede de esgoto. Ou seja, a água será entregue ao setor privado, isso significa elevar o preço da água e precarizar ainda mais o serviço.
Além da reunião com os sindicalistas, Leite usou seu tempo na sessão virtual, na Aleac, para fazer um discurso em defesa da manutenção do DEPASA sob o controle do Estado. ” Água é vida. Não podemos entregar o controle dos nossos rios, igarapés na mão da iniciativa privada. Que visa exclusivamente o lucro. A privatização da Eletrobrás é a prova disso. Serviço caro e precário”, afirma Leite. “Por isso, estivemos conversando com o Marcelo Jucá e a direção do Sindicato dos Urbanitários sobre as medidas que podem prejudicar a população e como o nosso mandato pode ajudar”, frisa.
O Sindicato dos Urbanitários vem demonstrando uma preocupação com a possível privatização do saneamento do Acre, uma medida que pode pesar no bolso da população, assim como foi a privatização da energia no nosso Estado, onde pagamos uma energia muito cara.
Leite disse que estará propondo uma Audiência Pública para discutir quais serão os impactos que essa privatização pode causar para a população. Além de realizar em conjunto com o Sindicato, campanhas nos municípios para ouvir as pessoas.
O deputado criticou o que ele classificou como cerceamento de informações no processo de municipalização do DEPASA entre o Estado e a Prefeitura de Rio Branco. ” O sindicato e os trabalhadores estão tendo dificuldades no acesso à informação nessa reversão do DEPASA para o município, que está em trâmite. Essa negociação feita entre o governador Gladson Cameli e Tião Bocalom acabou não permitindo ao movimento sindical o acesso a todas as informações, o acesso às negociações e de fato quais os rumos que o governo e o prefeito estão tomando sobre a questão do saneamento. O sindicato faz os pedidos, mas não recebe as respostas que precisam”, criticou o parlamentar.
Segundo estudo do Instituto Transnacional da Holanda (TNI), entre 2000 e 2017, cerca de 1.600 municípios de 58 países tiveram que reestatizar serviços públicos básicos, entre eles o de fornecimento de água e ampliação de redes de esgoto.
Foram ao menos 835 remunicipalizações e 49 nacionalizações, sendo que mais de 80% ocorreram a partir de 2009.
As principais razões para a reestatização foram a colocação do interesse do lucro acima do interesse das comunidades, o não cumprimento dos contratos, das metas de investimentos, da expansão e da universalização, principalmente das áreas periféricas e mais carentes e os aumentos abusivos de tarifas.