Pelo menos dez frigoríficos instalados no Acre estão na lista dos que ainda não firmaram compromissos públicos de controle de origem de matéria-prima e devem ser fiscalizados pelo Ministério do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Ontem (11) o Ministério Público Federal (MPF) divulgou uma lista dos empreendimentos que estão irregulares perante o projeto “Carne Legal” que foi criado neste ano.
Segundo o MPF, o objetivo do projeto “Carne Legal” é monitorar e fazer o controle ambiental da cadeia produtiva da pecuária na Amazônia. Mais de 30 empresas que vendem gado, carne ou couro bovinos produzidos na região amazônica já assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne, um acordo que prevê 13 obrigações, entre elas a de não adquirir gado criado em áreas de desmatamento ilegal ou de fornecedores em desconformidade com a legislação trabalhista e ambiental.
“Uma das providências é justamente a fiscalização nas empresas frigoríficas listadas na recomendação, já que elas não se comprometeram a verificar a origem da carne e a criação de gado responde por boa parte do desmatamento ilegal registrado na Amazônia”, diz o trecho de uma nota publicada no site da instituição que completa “a verificação da procedência da carne é uma das formas mais eficazes de combate ao desmatamento ilegal”.
Ao todo, devem receber a fiscalização 10 empresas no Acre, nove no Tocantins, oito em Rondônia, sete no Mato Grosso, três em Roraima, duas no Amapá, duas no Maranhão, uma no Amazonas e uma no Pará.
Especificamente no Acre, a lista é composta por: Frigorífico Boi Bom (Acrelândia), Frigoporto (Porto Acre), C.R.O. Ribeiro (Senador Guiomard), Alexandrino (Brasiléia), Matadouro Refúgio (Feijó), Organizações G.C. Ltda (Plácido de Castro), J.P. – A.J. Rodrigues de Mesquita Imp. e Exp. (Epitaciolândia), Boi Verde Cooperativa dos Agricultores e Pecuaristas de Tarauacá (Tarauacá), Frisacre – Frigorífico Santo Antonio do Acre Ltda (Rio Branco), Frigorífico Nosso Ltda (Senador Guiomard).
As recomendações são assinadas pela Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR) e pelos procuradores da República que atuam na Amazônia Legal.
Por Wanglézio Braga/ O Rio Branco