Com mais de 23,1 mil casos de Covid-19, o Acre se mantém na fase de atenção, representada pela cor amarela, de acordo com decisão do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19, anunciada nesta quarta-feira (19). O Acre está na fase amarela desde o último dia 5. A próxima avaliação só ocorre no dia 2 de setembro.
Na quarta avaliação do pacto, feita entre os dias 2 e 15 de agosto, o comitê destacou que o Acre está mais próximo de um regresso para a fase de alerta, que é representada pela cor laranja, do que avançar para a faixa verde, de cuidado, que é a última do plano de retomada das atividades montado pelo Pacto Acre Sem Covid.
Um dos motivos para o mantimento da faixa foi a falta de controle da doença em algumas regionais do estado. Com isso, todas as regionais se mantiveram na fase de atenção.
“Se nós relaxarmos nas medidas teremos um retrocesso. Queremos o avanço, mas no momento não temos esse preparo e esse cenário. Temos um cenário em algumas regionais pouco controlado e em outras que podem regredir”, explicou a coordenadora do Comitê, Karolina Sabino.
Ainda segundo a coordenadora, a região do Vale do Juruá é que a se encontra com o melhor cenário dos indicadores. Já a do Alto Acre, nos últimos 14 dias, teve um aumento no número de mortes e de novos casos.
“Por exemplo, o município de Xapuri teve dados expressivos, então, nesse sentido, a atenção maior tem que ser dada para essa regional. Os esforços da Sesacre tem sido nesse sentido de dar um suporte assistencial maior para essa regional por conta do estado um pouco mais grave das demais”, destacou.
Apenas nesta quarta, o Acre confirmou mais de 200 novos casos. Com isso, os casos subiram de 22.933 para 23.146. Já o número de mortes aumentou para 591 e o de curados para 18.541.
Geralmente, o Comitê utiliza sete indicadores para avaliar o avanço da Covid-19 nas regionais. Porém, a quarta etapa de avaliação foi feita com apenas seis indicadores, sendo retirado o indicador de notificação por síndrome gripal.
“Alguns municípios adotaram os mutirões de notificações e isso causou uma determinada oscilação no indicador e por conta disso o grupo de apoio e o Comitê achou por bem desconsiderar o indicador. Para que não haja nenhum comprometimento na análise retiramos, mas ainda temos uma nota de 9,27, que foi arredondada para 10 e que nos mostra que estamos mais próximos da fase laranja do que gostaríamos”, lamentou.
Regiões:
- Alto Acre: Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri;
- Baixo Acre e Purus: Acrelândia, Bujari, Capixaba, Jordão, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Sena Madureira e Senador Guiomard;
- Juruá e Tarauacá/Envira: Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves e Tarauacá
O que pode reabrir
Na fase amarela podem reabrir: restaurantes, bares, pizzarias, sorveterias e outros estabelecimentos similares com 50% da capacidade; teatros, cinemas e apresentações culturais, como também evento religiosos, com 30% da capacidade.
Lojas de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, comunicação, informática, áudio, vídeo e colchoarias podem continuar funcionando com todos os protocolos sanitários e aumentando a capacidade limitada de 30% para 60%, além de delivery e drive-thru.
O aumento da capacidade também é válido para lojas de materiais de construção, empresas e obras do ramo da construção civil e demais estabelecimentos como olaria, cerâmicas, serraria, marcenarias marmoraria.
Feiras livres, comércios de rua, ambulantes e outros também seguem abertos seguindo as orientações de segurança. Para hotéis, shoppings, salões de beleza e motéis a capacidade de funcionamento também aumentou de 30% para 60%.
As academias seguem com o funcionamento suspenso no estado e só podem reabrir na fase verde.
Fiscalizações e testagem
Sobre as medidas utilizadas para ampliar a fiscalização dos casos, a coordenação do Comitê explicou que tem somado esforços com os municípios, implementando, inclusive, programas de pacientes crônicos e idosos para fortalecer as medidas de controle.
“Por conta disso, essas ações da Vigilância estão previstas na etapa e todos os esforços são nesse sentido para ter o controle dos casos ativos”, assegurou Karolina.
A coordenadora garantiu também que a Sesacre adquiriu um equipamento para o Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, no interior, e para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Rio Branco, para ampliar a testagem de pacientes. Contudo, a gestora explicou que esses testes precisam ser feitos com critérios.
“É importante que todos entendam que essa testagem precisa ser feita com critérios. Os pacientes assintomáticos precisam ser testados após o relato. Caso contrário, dependendo da finalidade, se for um soro epidemiológico para entender o comportamento da população tudo bem fazer em todos, mas com critérios”, concluiu.
Por Aline Nascimento, G1 Acre