Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) analisam a ocorrência da malária na região do Juruá, nos municípios de Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul.
Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul são municípios campeões de ocorrência de malária no Brasil, segundo estudo. 600 grávidas foram acompanhadas durante estudo e pesquisador afirma que doença aumenta riscos de aborto.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) analisam a ocorrência da malária na região do Juruá, nos municípios de Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul. As duas cidades ocupam a posição de campeãs de ocorrência da doença no Brasil. Ao todo, estão sendo realizados ao menos três projetos da USP nas cidades acreanas.Os municípios do Vale do Juruá registraram, juntos, mais de 35,4 mil casos confirmados de malária no ano de 2017. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), em Mâncio Lima foram mais de 9,3 mil casos e em Cruzeiro do Sul 21 mil.
O número de notificações é 7% maior do que o registrado em 2016, quando foram notificados pouco mais de 33 mil casos suspeitos da doença.
Conforme relatório divulgado pela USP, em um dos projetos, pelos próximos cinco anos, pesquisadores vão fazer entrevistas e coleta de sangue de moradores de Mâncio Lima a cada seis meses.
Outro estudo também analisa, em Cruzeiro do Sul, tanques de crianção de peixes para controle de larvas de Anopheles - mosquito vetor da doença – a partir do uso de biolarvicidas.
Malária aumenta risco de aborto, diz pesquisador
Também da USP, um projeto acompanhou, durante um ano, 600 gestantes da cidade de Cruzeiro do Sul para verificar os impactos da malária para o bebê. Segundo o professor dr. Cláudio Marinho, do Departamento de Parasitologia da USP, o estudo está em fase de análise dos dados.Das gestantes acompanhadas no projeto, 400 não tiveram a doença e outras 200 foram acometidas pela malária. Marinho afirmou que 328 grávidas foram acompanhadas até parto. A coleta de dados foi feita entre os anos de 2012 e 2013.
“Nossa equipe aí no Acre acompanhou as gestantes pelo menos em quatro momentos durante o processo gestacional. A cada trimestre, elas foram avaliadas e, posteriormente, na hora do parto, nossa equipe também estava presente na maternidade para coletar placenta, sangue. Enfim, as amostras que estamos utilizando agora. O objetivo é entender qual seria o impacto da malária nas gestantes”, explicou o professor.
Marinho destacou que o estudo confirmou que a malária durante a gestação aumenta a frequência de abortos e a possibilidade dos bebês nascerem com baixo peso.
“Quando a mulher tem malária durante a gestação, ela vai ter problemas no desenvolvimento do feto. Isso porque o parasita da malária se aloja na placenta, gera um processo inflamatório e posteriormente isso é passado para o feto”, afirmou Marinho.
Por Iryá Rodrigues/G1
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