A Polícia Civil de Cruzeiro do Sul está investigando um vídeo que mostra a execução de Daniel Teles Martins da Silva, de 22 anos, e Vanisson dos Santos Freire, de 12, achados mortos no Rio Juruá na tarde de domingo (28) com as mãos amarradas e sinais de tortura.
Corpos de Daniel Teles Martins da Silva [à esquerda] e Vanisson dos Santos Freire [à direita] foram achados no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul (Foto: Arquivo da família ) |
Um pescador encontrou as ossadas no rio em Cruzeiro do Sul e acionou a polícia. O laudo oficial que atesta a causa da morte ainda não saiu, mas o médico legista Fábio Pimentel confirmou que o menor estava decapitado e que tinha muitas marcas pelo corpo – sinal de tortura.
Assim como Silva, que também apresentou esmagamento no crânio e fratura de braço. “Não há marcas de tiro, não que fosse visíveis. Mas, são claros sinais de tortura”, completa.
As vítimas estavam desaparecidas desde terça-feira (23), quando saíram de Guajará (AM), onde moravam, até Cruzeiro do Sul. As famílias disseram que nenhum deles informou o que fariam na cidade.
O delegado Lindomar Ventura diz que um vídeo foi gravado pelos autores do crime e que as imagens estão sendo analisadas pela polícia. Segundo ele, é possível ver as duas vítimas ajoelhadas e de costas. Ele acredita ainda que foi usada arma de fogo, já que a gravação para após barulhos de tiros.
“É possível ver que é na beira do rio e à noite. É possível ouvir vozes, mas não há imagem de rostos. As vítimas recebem os tiros e a gravação para. Não dá para saber o que ocorre depois”, conta Ventura.
O laudo oficial da morte deve ser apresentado nos próximos dias, segundo o delegado. Mas, segundo ele, a polícia está seguindo pistas e também enviou o vídeo para perícia.
“Continua as investigações em busca de responder como foram mortos. Em razão desse vídeos, a gente acabou coletando algumas informações, mas sem autoria ainda. Na sexta-feira [26], a gente prendeu um homem que pode ter relação com esse fatos”, destaca.
Ventura enfatizou ainda que o reconhecimento da família não anula a coleta de material para que seja feito o exame para confirmar de fato a identidade das vítimas.
Por Adelcimar Carvalho, G1 AC
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