A disposição de Francisca de Souza Fontenelle surpreende familiares e amigos. Aos 104 anos, ela vai todos os dias à academia popular, que fica no bairro Calafate, onde vive, em Rio Branco, para se exercitar. E no dia que não vai 'fica doente', diz ela.
A disposição de Francisca de Souza Fontenelle surpreende familiares e amigos. Aos 104 anos, ela vai todos os dias à academia popular, que fica no bairro Calafate, onde vive, em Rio Branco, para se exercitar. E no dia que não vai 'fica doente', diz ela.
Nascida em 5 de setembro de 1912, a idosa é simpática e sempre sorridente, mas nem sempre foi assim. Ela diz que antes de frequentar a academia vivia deitada e trancada no quarto.
“Eu ficava deitada na cama e quando falavam comigo eu respondia apenas “hum”. Não queria ir para os cantos, parecia um menino ruim e enjoado. Até que um dia aquilo tocou meu coração e decidi sair. Minha filha me levou para passear na praça. Lá achei um monte de gente alegre, me animei e agora vou todos os dias”, conta ela, que mora em frente à academia.
Lúcida e bem humorada, Francisca conta que tratou de convidar vários amigos para se juntarem a ela nos exercícios diários, mas nenhum teve a disposição e coragem dela, por isso não foram.
“Não penso em parar de ir para a academia, meu destino é ir todos os dias, no dia que não vou fico doente. Eu estou velha, mas não estou acabada. Lá é muito bom e divertido. Eu dentro de casa não era nada, não tinha coragem, mas depois que comecei a fazer os exercícios todo mundo me quer bem, todo mundo me abraça”, comenta.
Apesar da idade avançada, Francisca diz que nunca ouviu comentários sobre ela ser velha demais para fazer exercícios, mas afirma que quem não faz nenhuma atividade é que sai perdendo. Na academia, ela conta que fez amigos e até arrumou um pretendente, mas decidiu não aceitar o pedido de casamento.
“Já mandaram eu deitar e ficar em casa, mas eu vou sim, em casa não fico. Não tem tempo ruim para mim, depois que fui para a academia criei alma nova. Eu até arrumei um namorado na academia, mas não quis, ele perguntou “você quer casar comigo?” e eu disse “não, obrigada, eu não quero”, relata.
Mãe de dez filhos, Francisca é cearense e foi morar no Acre quando tinha apenas 25 anos com a promessa de uma melhora de vida. Ao lado do marido e dos filhos passou a cortar seringa e trabalhou no roçado para ajudar a sustentar a família.
“Eu trabalhava com tudo no seringal e no Acre a única coisa que achei foi seringueira para cortar. Criei todos os meus filhos mesmo com todas as dificuldades e tenho orgulho deles”, afirma.
Jéssica diz que a iniciativa é do Centro de Saúde Rosângela Pimentel, no bairro Calafate. Uma equipe de enfermagem verifica a pressão e glicose dos idosos todas as terças-feiras. Ela explica que quando o projeto começou, em junho de 2011, tinha 20 componentes e hoje já tem 70 idosos cadastrados.
“É um trabalho muito gratificante, a gente recebe muito carinho deles. Fazemos todo um acompanhamento e também exercícios direcionados”, diz.
Idosa faz exercícios diários e afirma que mesmo com 104 anos não pensa em parar (Foto: Jéssica Menezes/Arquivo Pessoal) |
“Eu ficava deitada na cama e quando falavam comigo eu respondia apenas “hum”. Não queria ir para os cantos, parecia um menino ruim e enjoado. Até que um dia aquilo tocou meu coração e decidi sair. Minha filha me levou para passear na praça. Lá achei um monte de gente alegre, me animei e agora vou todos os dias”, conta ela, que mora em frente à academia.
Lúcida e bem humorada, Francisca conta que tratou de convidar vários amigos para se juntarem a ela nos exercícios diários, mas nenhum teve a disposição e coragem dela, por isso não foram.
“Não penso em parar de ir para a academia, meu destino é ir todos os dias, no dia que não vou fico doente. Eu estou velha, mas não estou acabada. Lá é muito bom e divertido. Eu dentro de casa não era nada, não tinha coragem, mas depois que comecei a fazer os exercícios todo mundo me quer bem, todo mundo me abraça”, comenta.
Apesar da idade avançada, Francisca diz que nunca ouviu comentários sobre ela ser velha demais para fazer exercícios, mas afirma que quem não faz nenhuma atividade é que sai perdendo. Na academia, ela conta que fez amigos e até arrumou um pretendente, mas decidiu não aceitar o pedido de casamento.
“Já mandaram eu deitar e ficar em casa, mas eu vou sim, em casa não fico. Não tem tempo ruim para mim, depois que fui para a academia criei alma nova. Eu até arrumei um namorado na academia, mas não quis, ele perguntou “você quer casar comigo?” e eu disse “não, obrigada, eu não quero”, relata.
Mãe de dez filhos, Francisca é cearense e foi morar no Acre quando tinha apenas 25 anos com a promessa de uma melhora de vida. Ao lado do marido e dos filhos passou a cortar seringa e trabalhou no roçado para ajudar a sustentar a família.
“Eu trabalhava com tudo no seringal e no Acre a única coisa que achei foi seringueira para cortar. Criei todos os meus filhos mesmo com todas as dificuldades e tenho orgulho deles”, afirma.
Acompanhamento
A educadora física Jéssica Menezes é a responsável por acompanhar Francisca e os outros idosos que participam do programa. Ela explica que o grupo faz atividades físicas variadas, de socialização, dinâmicas e recreação. Nas aulas, o grupo usa alteres, colchonetes e bolas.Jéssica diz que a iniciativa é do Centro de Saúde Rosângela Pimentel, no bairro Calafate. Uma equipe de enfermagem verifica a pressão e glicose dos idosos todas as terças-feiras. Ela explica que quando o projeto começou, em junho de 2011, tinha 20 componentes e hoje já tem 70 idosos cadastrados.
“É um trabalho muito gratificante, a gente recebe muito carinho deles. Fazemos todo um acompanhamento e também exercícios direcionados”, diz.
Os idosos também são acompanhados pelo Centro de Referência da Assistência Social e também pela turma de fisioterapia da Uninorte. Após a solicitação dos próprios idosos, um Centro de Convivência do Idoso foi instalado no bairro próximo a praça onde fica a academia.
“Eles fizeram o pedido para ter um espaço específico, mas quem dá o acompanhamento e todo o suporte é o centro de saúde”, explica.
“Eles fizeram o pedido para ter um espaço específico, mas quem dá o acompanhamento e todo o suporte é o centro de saúde”, explica.
Fonte: G1 Acre
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